Roupeiro da Seleção Brasileira é de Patos de Minas e trabalhou na URT e Mamoré

O patense André Marcelino apresenta-se nessa sexta (1º) à Seleção Brasileira de Futebol, que terá três compromissos no mês de outubro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O roupeiro nascido em Patos de Minas, com passagens pela URT e Mamoré e, atualmente, no Ceará Sporting Clube, que disputa a Série A do Brasileirão, recebeu a convocação através do Coordenador de Futebol da CBF, Juninho Paulista.

As funções do roupeiro, às vezes sem chamar a atenção do torcedor em geral, mas tem muita importância no funcionamento de um clube. Ele é sempre o que chega primeiro e sai por último do trabalho em suas atividades diárias. O mordomo, como também é conhecido, deixa tudo preparado, quanto às peças do uniforme, chuteiras e todos os detalhes relativos à rouparia e o que deverá ser utilizado em jogos, treinamentos, concentrações e viagens.

Weberson André Marcelino, de 39 anos, natural de Patos de Minas, é um desses profissionais, que atua nessa área há mais de 20 anos. Ser roupeiro é, sobretudo, dedicar-se com amor à função, com organização, pontualidade e agilidade, para obter a confiança de diretorias, treinadores, comissão técnica e jogadores. E André tem procurado seguir essa trajetória com seriedade, trabalhando com eficiência.

André falou sobre a convocação:

– Na minha área de roupeiro, a CBF tem seu quadro fixo e a cada convocação chama um ou dois para a função. Normalmente são feitas indicações. Eventualmente, na consulta da CBF, alguns diretores citaram meu nome por conhecerem o meu trabalho. Um deles foi Cícero Souza, gerente de futebol do Palmeiras e, Jorge Macedo e Sérgio Dimas, que são do Ceará.

André Marcelino terá oportunidade de participar de três jogos da Seleção Brasileira, agendados para o mês de outubro. Serão duas partidas fora de casa, na Venezuela e na Colômbia nos dias 7 e 10 de outubro. O outro compromisso será contra o Uruguai, no dia 14, na Arena da Amazônia, em Manaus.

Talvez, no início de sua carreira, no final dos anos 90 na URT, André não imaginasse que poderia ser convocado para trabalhar numa Seleção Brasileira.

– Quem me deu a primeira oportunidade foi o técnico Ivan Silva, na URT. Eu era menor aprendiz e prestava serviço de office boy numa loja de calçados no Shopping. Certa vez fui ao Estádio acompanhar um treino, pois gostava e gosto muito de futebol e pedi ajuda ao Ivan em busca de uma oportunidade. Um certo dia, ele me pediu para ajudar o roupeiro Élcio. Como meu nome era complicado de se falar – Weberson – Ivan me colocou o apelido de Scooby. E pegou. Todos na URT e Mamoré me chamavam de Scooby. Quando saí de Patos, adotei apenas o André. Tenho muita gratidão e sempre falo bem da URT, que abriu portas para poder trabalhar na minha área.

Depois de trabalhar na URT e no Mamoré, André iniciou seu giro por várias outras equipes: CAP, Grêmio Inhumense, Atlético Goianiense, Guaratinguetá, São José (SP), Criciúma e Ceará, seu clube atual.

– Em todos os clubes que passei, procurei crescer cada vez mais, na parte profissional e pessoal. Estou há seis anos no Ceará, um grande clube de uma torcida imensa. Possui uma estrutura física e financeira invejáveis. Um clube que não falha com seus compromissos financeiros, com fornecedores e empregados. Estou feliz no Ceará, que abriu as portas para esta convocação para a Seleção.

André se apresenta na sexta-feira (1º) na Granja Comary em Petrópolis, seguindo sábado para a Venezuela. Jogadores se apresentam no dia 4 e, até lá, roupeiros e mordomos organizarão todo o material de treinos e jogos, concentração e viagens de todos os convocados.

Nas suas considerações finais, André Marcelino deixou uma mensagem para todos os patenses:

– Farei todo o possível para representar Patos de Minas, URT e Mamoré. Tenho fé que será o início de uma longa jornada que terei na Seleção Brasileira, se Deus quiser. Obrigado a todos pela torcida. Vai dar tudo certo.

Por: Adamar Gomes